17.11.2023

Eurico Carrapatoso é o vencedor
do Prémio de Composição
DSCH – Schostakovich Ensemble 2021

Eurico Carrapatoso (n. 1962, Mirandela) é o vencedor do Prémio de Composição DSCH – Schostakovich Ensemble em 2021.

Considerado um dos compositores portugueses mais relevantes da atualidade, Eurico Carrapatoso possui um amplo catálogo que abarca obras sinfónicas, óperas, música de câmara para diversas formações e música coral. Desde 1989, é professor de Composição no Conservatório Nacional e recebe regularmente encomendas de instituições nacionais e estrangeiras da área da cultura e a sua obra tem vindo a ser executada, editada e difundida, desde 1992, na Europa e nos restantes continentes. A sua música representou Portugal três vezes na Tribuna Internacional de Compositores da UNESCO realizadas em Paris em 1998, 1999 e 2006. Foi distinguido em diversas ocasiões, tendo vencido o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores em 2017 e as primeiras edições do Prémio de Composição Lopes-Graça (1997), do Prémio Francisco de Lacerda (1999) e do Prémio Jesús García-Bernalt da Universidade de Salamanca (2021). Em 2004, foi condecorado pelo Presidente da República, como Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique. 

O Prémio de Composição DSCH – Schostakovich Ensemble tem como objetivo reconhecer, incentivar e divulgar a criação musical erudita contemporânea portuguesa. Destina-se a galardoar bienalmente a obra e o trajeto de mérito de um compositor português de referência. Atribuído pelo DSCH – Schostakovich Ensemble, trata-se do maior Prémio de Composição existente em Portugal, no valor de 5.000 €, e tem o apoio da Direção-Geral das Artes. Em 2019, na sua primeira edição, o Prémio de Composição DSCH – Schostakovich foi atribuído ao compositor Luís Tinoco.

O DSCH – Schostakovich Ensemble é atualmente considerado uma das formações de topo do panorama internacional. Sediado em Lisboa desde a sua fundação, em 2006, pelo pianista e diretor artístico Filipe Pinto-Ribeiro, o DSCH – Schostakovich Ensemble é constituído por músicos de excelência internacional e conta na sua discografia com álbuns dedicados a Schostakovich e Beethoven, editados pela editora francesa Paraty e a distribuídos pela Harmonia Mundi PIAS, que têm vindo a receber as mais elevadas distinções da crítica especializada nacional e internacional.

O Prémio de Composição DSCH – Schostakovich Ensemble 2021 será entregue a Eurico Carrapatoso no próximo concerto do DSCH – Schostakovich Ensemble no Centro Cultural de Belém, no dia 28 de novembro de 2021.

O concerto é intitulado “O Começo e o Fim do Tempo” e serão interpretadas pelo DSCH – Schostakovich Ensemble – formado por Filipe Pinto-Ribeiro, Pascal Moraguès, Esther Hoppe e Christian Poltéra –  três obras dedicadas à fascinante temática do “tempo”: o célebre “Quarteto para o Fim do Tempo” de Olivier Messiaen, uma das obras mais icónicas do século XX , composta e estreada num campo nazi de prisioneiros, tendo como pano de fundo os horrores e tragédias da 2.ª Grande Guerra Mundial e a esperança de ultrapassar esse “tempo” apocalíptico;  “Círculo”, o opus 91 do compositor espanhol Joaquín Turina, também apelidado “Trio Fantástico” e que reflete o percurso “circular” do tempo durante um dia; mas o grande destaque do concerto vai para a estreia nacional da nova obra de Eurico Carrapatoso intitulada “Pour la Fin, pour mon Commencement” – após a estreia mundial que ocorrerá em Madrid no Auditório SONY, no dia 25 de novembro, pelo DSCH – Schostakovich Ensemble –, uma obra em que, nas palavras do próprio compositor, procurou:

“tal como no Quatuor pour la fin du temps, onde Messiaen faz uma retrospetiva da sua obra escrita entre os anos 20 e o ano da sua composição, 1940, também eu faço nesta minha obra uma retrospetiva de gestos representativos da minha produção ao longo destes últimos vinte anos de atividade criativa ininterrupta, desde o elemento façanhudo, até à tendência que se tem afirmado nos últimos tempos para um carácter mais sóbrio e enxuto, como é patente na simplicidade do andamento central, o solo para piano, que evoca Dulcinea del Toboso, “señora de mi alma, día de mi noche, gloria de mis penas, norte de mis caminos”, como se um D. Quixote ali cantasse o eterno feminino; enfim, passando por essa diagonal que atravessa a minha música desde que achei a minha voz, tão bem significada nos andamentos lentos e introspetivos.”  

Concerto de 28.11.2021, no Centro Cultural de Belém: https://www.ccb.pt/evento/dsch-schostakovich-ensemble-2/